segunda-feira, 6 de abril de 2009

Banco dos réus.

"- O senhor nao pode falar assim comigo, isso nao é permitido. Por que me ofende? E além do mais aqui, perante o senhor advogado, onde ambos, o senhor e eu, só somos tolerados por misericórdia! O senhor nao é um homem melhor do que eu, pois também é acusado e também tem um processo. Mas se, apesar disso, ainda é um senhor, entao eu o sou do mesmo modo, se é que nao um senhor ainda mais importante. E como tal quero que se dirijam a mim, sobretudo o senhor. Mas se se considera preferido, pelo fato de poder estar sentado aqui, ouvindo tranquilamente, ao passo que eu como o senhor se expressou, rastejo de quatro, entao eu o recordo de um antigo provérbio juridico: para o suspeito, o movimento é melhor do que o repouso, pois aquele que repousa sempre pode, sem saber, estar no prato de uma balança e ser pesado junto com os seus pecados."

(Franz Kafka. O processo. Página 236.)

Só uma pessoa que já sofreu com as más línguas, com as injustiças e maldades das pessoas, entende o que este trecho significa. O escopo de um coração injustiçado é a JUSTIÇA, e é por ela que acordo e luto todos os dias, abro meus olhos, respiro fundo e sigo em frente!!! Hoje me encontro no banco dos réus do tribunal da vida, onde todos julgam o que é o melhor para mim, quem é o certo/errado, quem merece mais, porém não ficarei aqui para sempre, amanhã este lugar pode ser seu, portanto pense duas vez antes de entrar para o júri.


Os leões estao prontos para atacar,
As cobras prontas para o bote dar.
Os urubus rastejam pela sua carniça,
Com olhos vermelhos de cobiça.
Escute meu conselho
- Cuidado, meu amigo, com os falsos cordeiros.
(Ariadne Bonato)

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